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    Reconstrução - Apostila 14

    Reconstrução - Apostila 14

     

       

    DOENÇAS  PSICOSSOMÁTICAS  -  I

    São os distúrbios que se instalam a partir da área extra-física do indivíduo.   Suas origens remontam às mesmas fontes de que se originam as doenças somáticas.   Mesmo porque uma boa parte destas são decorrência e reflexos psicossomáticos.

    Outro fator a se considerar é que as doenças psicossomáticas, por estarem instaladas na outra dimensão da criatura, a área psíquica, seus diagnósticos se tornam difíceis.

    As disciplinas científicas da área da saúde debatem-se com não poucos obstáculos nas suas tentativas para equacionar uma possível solução a cada quadro que se lhes apresenta.

    Essa dificuldade é tanto mais inevitável porque os profissionais dessas áreas, salvo raríssimas exceções, não admitem que o indivíduo, antes de humano, é um espírito.   Consideração que os levaria a admitir, por decorrência, a reencarnação e o carma.  Mas isso é esforço demasiado para eles.   Os obrigaria a renunciar ao status de cientistas que desfrutam junto a suas comunidades acadêmicas, correndo o risco de serem ridicularizados e taxados de místicos.

    Assim se deu com Sigmund Freud que visualizando tanto ficou, porém, sem dar o passo definitivo, preferindo criar o rótulo da libido para justificar todos os desarranjos psíquicos.   O mesmo se deu com Carl G. Jung, até em dose maior, pois indo um pouco além de seu mestre Freud, ficou, contudo, retido pelas imposições acadêmicas.   Um disparate porque ele próprio vivenciou, ostensivamente,  o fenômeno de canalização – mediunidade – mantendo, por longo tempo, contato com uma entidade a que chamou de Basilides, bem como uma outra que denominou Filemon.  Apesar de ter vivenciado essas experiências transpessoais preferiu o título acadêmico à verdade completa.  Conclusão, numa maneira abrangente, os profissionais da ciência acham mais importante o status do que a salvaguarda do paciente.

    Além disso, admitindo-se como válida a existência da reencarnação, - como válido isso é -  fica implícito que a doença psicossomática, cujas causas não sejam detectadas na presente vida, só podem vir de uma mórbida matriz adquirida em tempos anteriores, instalada que ficou nos refolhos da alma.

    De tudo isso resulta a dificuldade para se chegar a um diagnóstico de melhor consideração humanitária, preferindo-se, por facilidade, dar tudo como restrito à área física.   Esses parâmetros acadêmicos tornam comum confundirem os distúrbios de ordem mental com o cansaço emocional provocado pelo stress.   Também acontece de ao processo de evolução do sistema nervoso, que chamamos de surgimento da mediunidade – percepção extra sensorial - qualificarem dentro do mesmo quadro.

    Para esses desencontrados diagnósticos onde não se distingue distúrbio emocional de distúrbio cerebral, ou de mediunidade nascente, e vice-versa, criou-se um rótulo único:  portador de transtorno mental, ou esquizofrenia.  Esta, tão mal definida até hoje.

    Na visão da Drª Nancy Andreasen, neurocientista norte americana, a esquizofrenia é um mosaico multifacetado de origens, e o fato de trata-la como uma só doença é que gera a dificuldade de compreende-la.   Obviamente, dizemos nós, também não se pode restringir essa pesquisa ao âmbito fisio-humano.  É preciso avançar ao transpessoal.

    Nessa conformidade, dentro da nossa ótica de espiritualistas, pois não nos amedronta a pecha de místicos, e até a aceitamos com muita reverência, pois nosso objetivo é o de poder unir os fragmentos multi-seculares da Grande Verdade, vivenciados por incontáveis civilizações, para levar o indivíduo à reintegração total de si mesmo, dentro dessa ótica, dizíamos, e para nossa análise, podemos separa em três categorias as modalidades de distúrbios psicossomáticos, sem nos esquecer, porém, das matrizes mórbidas:

    1 – Esgotamento emocional – stress

    2 – Demência ou desequilíbrio

    3 – Evolução do sistema nervoso

    A figura 14A demonstra os dois estados em que uma pessoa pode vivenciar.

    Quadro 1 – Condição ideal – É a pessoa centrada, equilibrada e consciente dos afazeres da vida.  Suas atitudes são sempre dentro do que se chama de normalidade.  O centro consciencial se acha perfeitamente centrado sobre todos os seus corpos de manifestação.

    Quadro 2 – Condição incômoda -  Vemos que o “fio” que interliga o centro consciencial aos seus corpos encontra-se fragilizado, rompendo-se.  Ao nível da personalidade física a pessoa se sente dissociada em si mesma.  Apresenta-se, às vezes, com variações de personalidades e atitudes, umas brandas outras agressivas.

    O trabalho assistencial, resumindo, consiste em reverter a situação vista no quadro 2, levando à performance demonstrada no quadro 1.

    Sigamos, porém, com a análise das categorias.

     

    ESGOTAMENTO EMOCIONAL – STRESS

    Vem de situações em que a pessoa se vê sob enorme pressão psicológica.  Figura 14B.  

    O peso das responsabilidades causadas por fatores sociais, que são:

    1.1 – A família em desarmonia; os membros da mesma casa não se respeitam e nem se entendem; perda de entes muito queridos.

    1.2 – O lado econômico em descontrole; falta de tolerância para se adaptar às variações financeiras que, vez ou outra, acontecem na vida de todos.

    1.3 – O prazer em primeiro lugar; situação de extremo egoísmo que, quando não atendida, provoca profunda e irresponsável frustração interior.

    Geralmente estes não são casos alarmantes, e com algumas horas de saudável conversa de cunho espiritualista, onde se fala do Ser como criatura imortal, semeador de suas próprias alegrias ou tristezas, a situação vai retornando à normalidade.  Frequência a reuniões em grupos assistenciais são muito benéficas.  Elas têm forte componente polarizador da atenção.

    Ao viver o ambiente coletivo da reunião assistencial, pelos quadros de angústia, temores e enfermidades que nestas são comuns de se apresentar, invariavelmente provoca reflexões, fazendo com que o queixoso passe a se sentir mais forte, despertado pelo desejo de ser útil, ou, às vezes, até envergonhado quando verifica que sua dor perto das outras é tão pequena.

    A sensação de fraternidade, solidariedade, que se instala em tais ambientes, expulsa do sentimento os fatores negativos.  Aquela vontade de estar só, por se sentir derrotado como se o mundo houvesse desabado, desaparece.  E mesmo considerando-se pequeno e fraco, o novo alento lhe acorda o desejo de a todos abraçar e enfrentar a vida em todo seu realismo.  Em tais circunstâncias o passe, aliado aos esclarecimentos espiritualistas, apressa a recuperação do paciente.  Serão energias novas que se incorporarão a ele.  Essa transformação o fará se sentir como o de acordar numa radiosa manhã depois de uma noite de tranqüilo e refazente sono.  Feliz e disposto, como a figura 14C ilustra, a cantarolar e viver a vida.

     

    DEMÊNCIA OU DESEQUILÍBRIO

    Agora a situação se complica um pouco. 

    Embora a figura 14D possa expressar um exagero, na verdade nem tanto assim o é, pois nos casos de demência o indivíduo se comporta total-mente fora dos pa-drões que a socie-dade classifica de normais.  É, sem dúvida, uma pessoa com a “cabeça virada para baixo”

    Dentro dessa classificação a situação se complica porque se observam duas diferentes vertentes provocadoras de demência que, no entanto, como já nos referimos linhas atrás, não são assim reconhecidas pela ciência acadêmica.

    Essas vertentes são:

    1. a) – desarranjo fisiológico
    2. b) – relações obsessivas

    Desarranjo Fisiológico – Nessa vertente encontram-se as deficiências do sistema nervoso, centradamente no cérebro do paciente.  Alguma lesão ou má formação cerebral que impede o viver normal.

    Na apostila 39 da série Mediunidade vimos que o cérebro é o elemento centralizador das sensações físicas.

    Na figura 14E reproduzimos esse circuito.  Após registrar as sensações via sistema nervoso,

     

    - A – o cérebro processa essas informações e, em linguagem própria, as retransmite à epífise

    B – que, por sua vez, as transfere ao campo psíquico da pessoa

    C –  E o percurso inverso é percorrido por ordenações que a consciência determina para a realização de ações na vida física.

    Ora, dessa explicação, fica fácil compreender que uma lesão qualquer, no cérebro, causará impedimentos, tanto para a perfeita transmissão dos sinais sensórios à consciência, quanto para esta ter comando total sobre seus corpos.

    Em vista disso a comunicação entre o cérebro e a consciência ficará truncada.   A confusão se instala e a pessoa se comportará de forma extravagante e inconseqüente.   Praticará atos contrários à ética que a sociedade como um todo tenha elegido como aceitos.

    Entretanto, dado à deficiência de seus circuitos cerebrais, essa pessoa não sabe distinguir entre o que a sociedade considera como aceito ou como inaceitável, já que sua consciência está impedida de controlar eficazmente o corpo de que se serve.

    Tratando-se, portanto, de lesões neuro-cerebrais, principalmente as de origem congênita – de nascimento – há que considerar a existência de igual desarranjo no paracérebro, isto é, no cérebro situado no corpo Astral.

    Como terá-pêutica para esses casos, consideran-do-se as possibilida-des de assis-tência espiri-tual, o passe agirá como calmante, predispondo a pessoa a desenvolver vontades de efetuar reparos no corpo Astral, a partir da tomada de consciência para as alterações de conduta no presente estágio de sua vida.  Esses reparos se transcorrerão no próximo intervalo entre encarnações, e permitirão moldar um corpo físico equilibrado na futura volta à Terra.

    Assim será o efeito do passe porque  suas energias atingirão o duplo-etérico, e este, estando além da fronteira fisiológica do cérebro, as passará livremente ao corpo Astral, e deste ao centro consciencial, carregando o sugestionamento aquietante e revigorante contido naquelas energias.  É isso o que se vê representado na figura 14F.

    Além dessa assistência do passe, nada mais poderá ser feito no âmbito da assistência espiritual.   Todavia, considerando-se a vida atual do paciente, em que o mesmo terá que conviver com os distúrbios de conduta, o tratamento deverá ficar a cargo da ciência acadêmica especializada.   É que, por se tratar de lesão fisiológica irreversível, é ela, a medicina, que está melhor aparelhada para atender.  

    Prosseguiremos na próxima apostila.

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    Bibliografia

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Os Mensageiros – página 157 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – página 124 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Evolução em Dois Mundos – cap. I – pág. 23, 100 e 101 – Fed. Esp. Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Mecanismos da Mediunidade – capítulo 19 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Entre a Terra e o Céu – página 79 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Libertação – páginas 84, 86, 89 e 115 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Desobsessão – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Ação e Reação – página 256 – Federação Espírita Brasileira

    Áureo; Hernani T. Sant’Anna – Universo e Vida – páginas 110 – Federação Espírita Brasileira

    Annie Besant – O Poder do Pensamento – Editora Pensamento

    Bob Toben e Fred Allan Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Cultrix

    Edith Fiore – Possessão Espiritual – Editora Pensamento

    Edgard Armond  -  Mediunidade,  Passes e Radiações,  Editora  Aliança 

    Edgard Armond  -  Trabalhos Práticos de Espiritismo,  Curas Espirituais,  Livraria Allan Kardec Editora. 

    Elieser C. Mendes – Psicotranse – Editora Pensamento

    Emmanuel/Francisco Cândido Xavier – Emmanuel – página 155 - Federação Espírita Brasileira

    Francisco Rivas Neto  -  Umbanda a Proto-Síntese Cósmica  -  Editora Pensamento.

    Hermínio Correa de Miranda – A Memória e o Tempo  – Publicações Lachâtre

    Hermínio Correa de Miranda – Alquimia da Mente – Publicações Lachâtre

    Ken Wilber – O Espectro da Consciência – Editora Cultrix

    Larry Dossey – Encontro com a Alma – Editora Cultrix

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Loucura e Obsessão – Federação Espírita Brasileira

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Painéis da Obsessão – Livraria Espírita Alvorada Ltda

    Miramez/João Nunez Maia – Horizontes da Mente – págs. 14, 22, 23, 28, 31, 45 – Editora  Esp. Cristã Fonte Viva.

    Nancy C. Andreasen – Ensinando e Aprendendo sobre Esquizofrenia - Artmed

    Stanislav Grof e Christina Grof – Emergência Espiritual – Editora Cultrix

    Stanislav Grof – A Mente Holotrópica – Rocco Editora

    Theo Ocher e Maggy Harsch – Transcomunicação – página 110 – Editora  Pensamento

    Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 118, 188 e 403 – Edição do autor.

    Zalmino Zimmermann – Perispírito – Editora Allan Kardec

    Apostila escrita por

    LUIZ ANTONIO BRASIL

    Novembro de 1997

    Revisão em Outubro de 2008

    Distribuição gratuita citando a fonte

     

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