Newsletter

    Menu Principal

    Mediunidade 2 - Apostila 40

    Mediunidade 2 - Apostila 40

      

              ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                      

    30ª Parte

     

    ATIVIDADES V

     

    Analisando o parâmetro Influência do Espírito do Médium na Comunicação, na apostila 39 levantamos uma hipótese em defesa do que classificamos de estado natural ao fenômeno anímico.  Ao que nos parece, ficou claro porque assim pensamos.  Todavia, reconhecemos que em todas as questões da vida o bom senso deve prevalecer.  E nisso se inclui, também, a aceitação da interferência anímica no exercício da mediunidade em sua etapa inicial de despertamento, pois, como longamente comentamos, estes fatos são comuns e inevitáveis.  Além disso, é preciso levar em consideração os esforços e dedicação despendidos pelos novatos.

     

    Para bem esclarecer o que consideramos como etapa inicial, vejamos o que podemos incluir neste texto para descrever este fato comum dessa fase.

     

    A interferência anímica,  voltamos  a  dizer, além de natural é de difícil controle.  No momento da manifestação mediúnica essa interferência não é facilmente distinguível, mormente naqueles casos em que a entidade comunicante utiliza-se do cabedal do próprio médium.  Ou seja, a entidade comunicante utiliza-se do que o médium possui em conhecimentos e experiências, recursos arquivados no porão da consciência do mesmo, desde que esses recursos estejam apropriados ao motivo daquela manifestação.

     

    Exemplo:  Na transmissão psicográfica dos livros Evolução em Dois Mundos, Mecanismos da Mediunidade e Sexo e Destino, o autor, André Luiz, espírito, serviu-se de dois médiuns.  Francisco Cândido Xavier para os capítulos filosóficos e morais, e Waldo Vieira para os capítulos cuja temática era mais científica, dado à formação médica deste.

     

    Ou seja, André Luiz utilizou os recursos próprios de cada um dos dois médiuns, de conformidade com o tema e a peculiaridade experienciada, respectivamente, por um e por outro, nesta encarnação bem como com o que já possuíam em suas memórias perenes.

     

    André Luiz, à página 17 do livro Evolução em Dois Mundos, confirma isso, informando que tal procedimento visou facilitar as transmissões em aproveitamento do que, dentro da respectiva especialidade, cada médium podia fornecer de si.

     

    Mas há outro ponto a considerar.  O grau de evolução psíquica que a criatura terrestre vai atingindo produz pressões anímicas mais intensas.  Com mais facilidade a pessoa poderá ter acesso ao seu arquivo multimilenar, e de lá, daquele porão, exteriorizar forças até então adormecidas.

     

    No convívio dos trabalhos mediúnicos tem sido notável o aumento do número de pessoas que apresentam desarranjo causado por essas pressões internas.  Vulgarmente, e sem muita consideração e equivocadamente, essas pessoas são catalogadas de obsidiadas, o que, todavia, a experiência tem mostrado que a causa primeira foi o despertar das forças interiores que, não condicionadas em tempo hábil, propiciaram a instalação dos processos mórbidos.

     

    Por tais razões é que salientamos que o bom senso, em todas as questões, deve ser a alternativa certa.  Diante do inevitável animismo que se sobressai na fase iniciática da mediunidade, atender o médium com critério fraterno criará o equilíbrio entre as forças que se defrontam, ou se conjugam, numa manifestação mediúnica, que são as forças do médium e a do comunicante. (Ver figura Fig-38A  apostila 38).

     

    Como orientação podemos dizer que o objetivo a ser alcançado é demarcar no médium o equilíbrio entre o que pessoalmente ele pensa e o que lhe é induzido pelo comunicante, de maneira a estabelecer um seguro critério de trabalho.  E isso deve ser feito no menor prazo possível, incentivando-o aos estudos e aos treinamentos diários.

     

    Porém, reconheçamos, alcançar essa posição é uma das circunstâncias de maior dificuldade encontrada pelos médiuns.  Por isso é que se recomenda o exercício continuado e diário como forma insubstituível de adestramento para que, do emaranhado de pensamentos que lhe chega, possa ele saber distinguir dos seus aqueles que estão vindo de individualidades exteriores.

     

    Mas é bom que fique explicito que o médium só conseguirá sentir-se seguro depois de vários anos de atencioso e continuado exercício.  Conhece-se que as preparações iniciáticas de candidatos às funções religiosas dos templos hindus e egípcios da antigüidade, que envolviam manipulações de energias, consumiam alguns anos de vivência inteiramente dedicada aos estudos e treinamentos.  E, observem, essas preparações eram feitas em monastérios onde os integrantes se isolavam do resto da comunidade.  Se apesar desse isolamento era necessário longo tempo dedicado só à preparação, imaginem para nós, vivendo sufocados pelas atribulações das atividades sociais diárias, de quanto tempo não necessitaremos para aquietar nossas mentes agitadas, até atingirmos um grau razoável de controle das emoções.

     

    Além disso, durante o transcurso dos exercícios os seguintes pontos devem ser bem observados:

    1. Analisar cada experiência vivida.
    2. Medir a extensão das sensações que  o  atingiram, e as reações que apresentou.
    3. Gravá-las bem na memória.

    Estes itens serão a sinalização para que o aperfeiçoamento se faça continuado e seguro.

     

    Mas, se ao contrário do que acima expusemos, o médium não der a devida atenção aos treinamentos, tratando-os com displicência, irá se perder no meio de tantas sugestões que lhe tocam o nível da consciência física, e tornar-se o que chamamos de médiuns atormentados.

     

    Existe uma outra questão muito delicada que também precisa ser analisada.  Trata-se do seguinte:  vamos admitir a hipótese de o médium iniciante já ter se educado o suficiente para saber distinguir dos seus os pensamentos dos comunicantes.  Dentro dessas condições, por conseqüência natural, ele é elevado à posição de fiel e seguro auxiliar de mentores bem intencionados.  Em vista disso, médium e mentores passam a ter uma vida de constantes contatos dada, principalmente, aos interesses que os une.

     

    Assim considerando, entre eles passa a ocorrer o fenômeno da Simbiose Mental, que neste caso é benigna.  (Simbiose:  Associação permanente de dois ou mais seres, e útil aos interesses do  conjunto.)

     

    Mas não é este ponto que queremos salientar.  Prossigamos.  Como o médium é a extremidade exteriorizadora das impressões extrafísicas transmitidas pelos mentores, a mente destes passa a ter preponderância sobre os pensamentos e formas de expressão do medianeiro.

     

    Por via de conseqüência, devido a essa convivência e ao campo dos acoplamentos áuricos que se forma nas simbioses, ao longo do tempo o médium, mesmo nos momentos de sua vida particular, passa a se expressar daquela mesma maneira que o faz quando está em transe mediúnico.

     

    Este, sim, é o ponto a salientar.  Essa característica de gestos e palavras apresentadas pelo médium, mesmo nas horas comuns de seu dia, criará confusão e desconfiança nos menos avisados.  Imaginarão que, pelo fato de nos momentos de transe ele exibir aqueles mesmos maneirismos das horas comuns, deve, por isso, ser classificado como médium deficiente, que se deixou dominar pelo animismo.  Por outro lado, outros observadores verão em suas maneiras do dia-a-dia uma repetição dos seus momentos de transe mediúnico, e o considerarão um médium fascinado.  (Puxa !, como é difícil agradar a todos).  São essas críticas, às vezes profundamente ferinas, como falamos na apostila 38, que poderão destruir promissores valores mediúnicos em formação.

     

    Aqueles que se lembram, podem recordar da maneira como se expressava e das palavras que eram usadas por Francisco Cândido Xavier, a qualquer momento de sua vida.  Aquela naturalidade fora adquirida pelos muitos anos de convívio com seus mentores.  A simbiose entre eles.  Observem, também, Divaldo Pereira Franco, esteja ele em palestras ou simplesmente conversando.  Sua forma de expressão é, usualmente, aquela de quando incorporando seus mentores, tão profundo é o enraizamento que os une.

     

    Assim é o médium cuja vivência se tornou ponto de respeitosa referência entre o Céu e a Terra.  Ele não mais se pertence, integrado que está a um grupo composto de muitas outras consciências.  E todas associadas pelas mesmas tendência e simpatias.   A essa integração podemos chamar de egrégora.

     

    O médium, como a figura ao lado exemplifica, é o centro para onde todas as tendências do grupo se convergem, pois é o elemento de transferência das inspirações espirituais para o meio físico. 

     

     

     

    Nesse ponto da vida uma nova dinâmica passa a acontecer, isto é, quanto mais sensato, quanto mais equilibrado, quanto mais disciplinado for o médium, mais interesse associativo despertará nos mentores que já o assistiam.  Estes, sempre em número crescente, passarão a procurá-lo e dele fazer a via de contato dos ideais emanados do Alto, cuja direção é à disseminação por toda a humanidade terrestre.

     

    Atingindo esse grau de associação com as consciências benfeitoras, o fato anímico do médium transforma-se em recurso a ser aproveitado, como citamos nos casos de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.  O fator anímico deixa de ser um entrave.  Os mentores aproveitarão os conhecimentos e experiências que o médium possua.  Não só isso.  Tendências favoráveis ao interesse do Grupo, que jazem adormecidas no inconsciente, no porão da consciência, serão despertadas.

     

    Operarão alterações funcionais nos chacras e no cérebro do médium para que ele se torne um auxiliar ainda mais eficaz, podendo, assim, aproveitar do mesmo o que ele já vivenciou em outras eras.

     

    Quando nesse estágio de companheirismo o medianeiro se torna o experiente auxiliar.  Portanto, é de se desejar que haja interesse por parte do médium em atingir escalas mais altas de eficiência.  Afinal, ele representa um importante elo nessa corrente formada por criaturas de boa vontade que se empenham em dotar a Terra de um novo sentido de civilização.  Parte da tarefa de construir a felicidade futura da humanidade passa por suas mãos.

     

    - - - / / / - - -

     

    Finalizando, podemos dizer que nossa análise sobre animismo nos leva às seguintes conclusões:

    1. O animismo é um processo natural, mas pode e deve ser controlado.
    2. Controlá-lo não significa estancá-lo. Ao contrário.  Sabendo usá-lo será precioso recurso.  Indispensável mesmo.
    3. São recursos próprios que sobem até a superfície da consciência, atraídos por estímulos conscientes ou inconscientes.
    4. Seu uso não acontece apenas durante as atividades mediúnicas, mas em todos os momentos da vida.
    5. Para bem aproveitar e ampliar esses recursos é suficiente saber calar os de inferior qualidade e reavivar os nobres.
    6. Discernir cada tendência que impulsiona o SER é possuir um forte aliado para compreender a própria personalidade e o processo de seu carma.

    ---------------------------------------------------------

    Bibliografia:

    Allan Kardec  -  O Livro dos Médiuns  - questões 223.15,  223.18,  223.19  e  225  -  Livraria Allan Kardec Editora.

    Léon Denis  -  No Invisível  -  capítulo 5  -  Federação Espírita Brasileira.

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier  -  No Domínios da Mediunidade,  capítulos 5, 6 e 22  -  Mecanismos da Mediunidade, páginas 75, 76, 88, 89, 94, 118, 121, 124, 129, 132, 133, 134 e capítulo 23  -  Missionários da Luz, páginas 14 e 17  -  No Mundo Maior, páginas 66, 67, 72 e 98  -  Evolução em Dois Mundos, páginas 66, 67, 69 e 98  -  Todos editados pela Federação Espírita Brasileira.

    Hernani Guimarães Andrade  -  Espírito, Perispírito e Alma  páginas 120, 121, 229 e capítulo 5 -  Editora Pensamento.

    Hermínio Corrêa de Miranda  -  Diversidade dos Carismas, volumes I e II – Editora Arte e Cultura Ltda.  -  Alquimia da Mente e A Memória e o Tempo, editados por Publicações Lachâtre Editora Ltda.

    Edgard Armond  -  Mediunidade  -  Editora Aliança.

    Yvonne A. Pereira – Memórias de um Suicida, capítulos 6 e 7 – Federação Espírita Brasileira.

    Emmanuel/Francisco Cândido Xavier  -  Roteiro  -  Federação Espírita Brasileira.

    Miramez/João Nunes Maia  -  Segurança Mediúnica  -  Médiuns  -  Médiuns  -  Editora Espírita Cristã Fonte Viva.

    Lancellin/João Nunes Maia  -  Iniciação, Viagem Astral  -  Editora Espírita Cristã Fonte Viva.

    Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 67, 130, 315, 371, 372, 391, 404.  Editado pelo autor.

    ------------------------------------------------------------

    Apostila escrita por

    LUIZ  ANTONIO  BRASIL

    Janeiro 1996 – Revisão em Janeiro de 2007

    Compartilhe:

    Menu Principal