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    Mediunidade 2 - Apostila 39

    Mediunidade 2 - Apostila 39

      

              ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                      

    29ª Parte

     

    ATIVIDADES IV

     

    O que comentamos na apostila 38 bem ilustra porque a cunha da mordente crítica animista se introduziu no exercício da faculdade mediúnica.  O fenômeno anímico não é para causar admirações, espantos e, muito menos, críticas.  É um fato natural a ser respeitado, estudado e controlado.  Aliás, ficou bem claro, assim nos parece, pelos trechos compilados de André Luiz, que o fato anímico faz parte da vida encarnatória, e que uns mais, outros menos, em suas tendências revelam essa imposição durante as 24 horas do dia.  Desde o nascimento até à morte.  Muito útil, portanto, nos será, até para a auto-análise de comportamento, esmiuçar essa companhia que, inseparavelmente, faz parte de nossa vida.  Qual seja, o porão de nossa própria consciência.

     

    Começaremos lembrando que o verdadeiro SER é imortal. 

     

    Para isso elaboramos a figura onde vemos uma seqüência temporal de uma mesma pessoa. 

    O que hoje contemplamos representado pelos atos de um momento presente qualquer, ou seja, a maneira de viver de uma personalidade que se situa numa encarnação, é a somatória de muitas, incontáveis, outras personalidades.  O SER verdadeiro, o espírito, vestiu-as, uma a uma, em cada experiência por que passou nesse infindável revezamento, ora na Terra ora no Espaço.  Muitas vidas a sedimentar incontáveis experiências.  Viveu-as, e guardou em SI o resumo de cada uma delas, formando com isso o histórico acervo de tendências que determinarão a forma e qualidade da sua próxima vivência planetária.  Assim é a Imortalidade.  É a VIDA em muitas vidas.

     

    Para compreender como todo esse acervo multimilenar se acumulou em nosso porão consciencial, vejamos como se efetua o processo dessa transferência.  Isto é, o resultado das experiências existenciais para a estocagem de reservas pessoais, que se transfere de uma encarnação à outra, já que o corpo Físico anterior se foi, há muito, para o espaço energético, quando ocorreu a dissolução da matéria que o formava, reduzindo-se esta aos átomos originários de onde proveio.

     

    Observem a figura 39B. 

     

    Nela mostramos que as atividades em cada existência física se configuram pelas sensações.  As sensações, por via dos sentidos – visão, olfato, paladar, audição e tato – chegam ao cérebro físico através do sistema nervoso.  (Ver apostila 30).  Passemos, agora, à próxima figura, 39C.

     

     

    Uma vez as impressões chegando ao cérebro via sentidos e sistema nervoso, ele as processa.  Esse processamento produz o que poderemos chamar de refinamento dos sinais, que, se antes eram impulsos eletro-nervosos, são agora elétrons mentais.  Uma  corrente de impulsos formada por componentes que já não pertencem ao ambiente físico. Sobre essa corrente de impulsos mentais encontramos no livro Mecanismos da Mediunidade, autoria de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier e editado pela Federação Espírita Brasileira, à página 112, um notável esclarecimento. 

     

    Ele diz que ao fazermos uma leitura, ou mantermos certa conversação voltada para determinado assunto, ao fazermos isso, concomitantemente estaremos nos interligando com inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que também se interessam pelo mesmo assunto.  Obviamente, se for uma leitura estaremos nos sintonizando com seu autor, não importa onde ele se situe, no tempo ou no espaço.  Tudo isso é feito através dos quadros mentais que emitimos durante a ideação travada naquele específico assunto.

     

    Voltando à nossa figura Fig-39C, temos que na imagem "A" o fluxo mental é canalizado à Epífise.  A Epífise, como largamente estudamos nas apostilas 26 à 28, é o centro transmutador entre o físico e o extrafísico.  (Ver apostila 27 figura Fig-27A).  Podemos chamá-la, também, de a fronteira, ou portal, entre as duas dimensões.  Nela os sinais exteriores do físico são convertidos em sinais adequados à compreensão da consciência, e à ela transferidos.  Esta é a simbologia representada na imagem "B" da figura.

     

    Na figura vemos, também, o Centro Consciencial, nosso arquivo perene, onde todos os dados concernentes a cada experiência estão arquivados para sempre.  Por esse processo, como ficou comentado na apostila 30, o inimaginável número de vidas passadas na Terra física, e nos seus respectivos intervalos transcorridos nos planos espirituais, com todas as suas experiências, se arquivaram para sempre na memória perene da consciência, e responderão quando chamadas por estímulos em cada momento da existência, exteriorizando-se na forma de tendências.  Naquelas "imensuráveis prateleiras" se encontra tudo o que a pessoa, ou melhor, o que aquele SER já vivenciou no cosmo.

     

    Por razão da existência desse arquivo individualíssimo e multimilenar foi que André Luiz teceu os comentários cujo trecho extraímos de Nos Domínios da Mediunidade, página 214, e o transcrevemos na apostila 38, folha 3.  Também Manoel Philomeno de Miranda, com muita clareza, em seu livro Loucura e Obsessão, descreve o processo de participação desse arquivo na vida de cada pessoa.

     

    Todavia, para bem entender o fenômeno anímico, como de resto a mediunidade, não basta o que até aqui foi comentado.  Mesmo porque, esses mesmos comentários nos induzem a uma hipótese, no mínimo curiosa. 

     

    Vejamos isso a partir dessa nova figura, Fig-39D.  

     

     

    Parece-nos que o mesmo caminho que serve para transportar o resultado das sensações físicas à consciência, (experiências de hoje) transfere da consciência para o físico o que chamamos de tendências.  Ou seja, os hábitos, talentos, simpatias e aversões, que nada mais são que os reflexos de experiências do gigantesco passado.  Tudo isso a se retratar na atual personalidade física.  Em resumo, esse caminho é uma ESTRADA com dupla mão de trânsito, como mostram as duas setas da figura.

     

    Levando a hipótese acima para o campo do processo anímico, concluímos que sua ação, ou seja, a manifestação anímica, na vida das criaturas encarnadas, é natural e inevitável.  Como ficou comentado na apostila 37.  Por tal razão, dentro das reservas do bom senso, deve ser aceita e não hostilizada por críticas maldosas.

     

    Mas exploremos um pouco mais nossa hipótese e alarguemos o raciocínio.  Afinal é isso o que estamos buscando com essas nossas anotações.

     

    Durante toda a existência física, a estrada de mão dupla de uma pessoa qualquer estará sendo percorrida por intenso tráfego que se dirige, simultaneamente, do físico à consciência, e desta ao físico. 

     

    É isso que nos mostra esta outra figura, 39E. 

     

     

     

    E, é curioso notar, a intensidade desse tráfego, bem como seu sentido, determinará a conduta de cada dia.  Mas não podemos nos esquecer de que na apostila 37, figura Fig-37A, ficou explicado que a cada encarnação a pessoa recebe um bloqueio que impede o livre acesso à consciência total, que, naquela oportunidade denominamos de Tampão do Porão da Consciência.

     

    Também informamos que esse bloqueio não é irremovível.  Na figura 39E acima, esse mesmo bloqueio nos é demonstrado de outra forma, qual seja: além dele ser removível ele pode ser comparado a um posto de pedágio das estradas rodoviárias, onde, para passar com seu veículo, paga-se uma taxa.  Uma vez pagando-se a taxa tem-se livre passagem.

     

    O que viriam a ser esses bloqueios ?, podemos perguntar a nós mesmos.   De estudos anteriores, apostila 14, concluímos que o tal bloqueio, ou pedágio, é o corpo Astral, com seus chacras.  É ele o vilão, ou o herói, da estória e, como tal, de uma forma ou de outra, se antepõe entre o corpo Físico e a consciência.

     

    Como o corpo Astral é o elemento mais suscetível às sensações comumente vivenciáveis na Terra – os desejos mais humanos – exerce, ele, enorme controle quanto ao que nos agrada ou desagrada. 

     

    Aí está a figura mostrando-o impávido. 

     

     

     

    Nessa posição, e dentro das preferências e aversões, permitirá que uma determinada impressão tenha resposta da consciência ou, que uma outra nem seja considerada, pois todas elas passarão por ele.  É desta forma que transcorre a vida de qualquer SER na Terra.  Vida a que chamaremos de normal.

     

    Porém, estamos falando de médiuns e, como a própria palavra indica, deixaram, estes, há muito, a chamada normalidade convencional, pois passaram a situar-se na fronteira que separa as existências.

     

    Por essa razão o corpo Astral de um médium não se comporta como os corpos Astrais das pessoas que só levam a vida convencional.  Ele, o médium, é o elemento "ponte" interligando os dois extremos:  vida física e vida espiritual, e isso faz dele um elemento um tanto diferente dos demais.  Não melhor, ou pior, apenas um tanto diferente no que respeita à sensibilidade referente ao Oculto.

     

    Para que o médium consiga controlado e livre trânsito pelo seu "posto de pedágio", é necessário atender, inelutavelmente, aos princípios disciplinares fartamente comentados nas apostilas 31 à 38.  Essas são as taxas a serem pagas em seu "pedágio".

     

    Bem como é neste raciocínio que fundamentamos nossos comentários acima, quando argumentamos que o fator anímico é natural e inevitável, pois sendo o médium a "ponte" que liga as duas dimensões da existência, servindo de passagem a individualidades extrafísicas para que elas possam manifestar e agir na vida da matéria, por que o médium não poderia externar, utilitariamente, de sua consciência as experiências que lhe são próprias, já que as viveu em outras eras ?!

     

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    Bibliografia:

    Allan Kardec  -  O Livro dos Médiuns  -  capítulos 17, 18, 19 e 20  -  Livraria Allan Kardec Editora.

    Léon Denis  -  No Invisível  -  capítulo 5  -  Federação Espírita Brasileira.

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier  -  Nos Domínios da Mediunidade,  capítulos 5, 6 e 22  -  Mecanismos da Mediunidade  -  Missionários da Luz, páginas 14 e 17  -  No Mundo Maior, páginas 66, 67, 72 e 98  -  Evolução em Dois Mundos, páginas 66, 67, 69 e 98  -  Todos editados pela Federação Espírita Brasileira.

    Hernani Guimarães Andrade  -  Espírito, Perispírito e Alma  -  Editora Pensamento.

    Hermínio Corrêa de Miranda  -  Diversidade dos Carismas, volumes I e II – Editora Arte e Cultura Ltda.  -  Alquimia da Mente e A Memória e o Tempo, editados por Publicações Lachâtre Editora Ltda.

    Edgard Armond  -  Mediunidade  -  Editora Aliança.

    Emmanuel/Francisco Cândido Xavier  -  Roteiro  -  Federação Espírita Brasileira.

    Miramez/João Nunes Maia  -  Segurança Mediúnica  -  Médiuns  -    Editora Espírita Cristã Fonte Viva.

    Lancellin/João Nunes Maia  -  Iniciação, Viagem Astral  -  Editora Espírita Cristã Fonte Viva.

    Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 67, 130, 315, 371, 372, 391, 404.  Editado pelo autor.

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    Apostila escrita por

    LUIZ  ANTONIO  BRASIL

    Outubro 1996 – Revisão em Dezembro de 2006

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