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    Reconstrução - Apostila 19

    Reconstrução - Apostila 19

     

       

      

    Nesta série de estudos onde estamos analisando a reconstrução do indivíduo perante as leis cósmicas, e conforme indicamos na apostila 13, estivemos vendo os tópicos Doenças Somáticas e Doenças Psicossomáticas.  A seguir veremos

    VÍCIOS  RELIGIOSOS

    A palavra religião, de forma geral, tem sido muito mal empregada.  Com o passar das eras ela tomou a conotação de obrigação devocional, e não espontaneidade de sentimentos para com o Divino.  Obrigação que, uma vez não cumprida,  conforme os dogmas que pregam, reverte  em desprezo ao criador. (em minúscula)  Tem sido assim a forma de entender o que seja religião.

    Considerando que seja dessa forma, abre-se o pressuposto de que ele, o criador, é um ser muito vaidoso.  Cioso de que o venham adorar em locais e horários preestabelecidos.

    A razão, entretanto, nos diz que essa maneira de direcionamento devocional é absurda.  Pois vejamos:  Os judeus, muçulmanos e os adventistas, dedicam o dia de sábado para suas devoções religiosas.   Os católicos e as demais seitas do ramo reformista reservam o domingo para o mesmo feito.  Então, perguntamos por nossa vez:  o criador é um só ?  Em caso de resposta afirmativa, por que, então, dias diferentes de culto devocional ? 

    Pois bem, mas esses paradoxos, em absoluto, não nos incomodam.  Trouxemo-los ao comentário sem nenhum intuito de crítica, mas apenas para tornar evidente o emaranhado devocional em que se enredou a sociedade dos humanos onde, sem que nenhum questionamento tente elucidar, mantem-se, como aceito, o tradicionalismo.  Isto é, segue-se a linhagem multissecular das tradições ancestrais até sem saber por quê, e por mera acomodação.

    Essa prevalência permanece dominando em todas as formas de culto em vista de:

    1 – Nossa origem multimilenar onde, desde o tempo das cavernas, as práticas religiosas induziram à forma de culto exterior;

    2 – A lenta evolução em que a humanidade se arrasta, continua, nos dias atuais, a considerar Deus um ser antropomórfico, em tudo semelhante ao homem. Figura 19A.

    Em vista disso, somente na forma de celebrações onde a tônica seja a manifestação exterior, tendo por guia as direções sacerdotais, é que o grosso da humanidade se sente segura ao realizar suas devoções.  Seja por desconhecimento, ou mesmo só por acomodação, as pessoas preferem ser guiadas ao invés de seguirem seus exclusivos impulsos interior dessa jornada evolutiva de reencontro com o Divino.

    E o contexto do campo dos trabalhos espiritualistas que se dedica a tratamentos de recomposição das áreas somáticas e psicossomáticas dos indivíduos, não conseguiria passar indene a esses costumes.  

    Como também nós, os organizadores desses trabalhos, embora o conhecimento e as experiências nos indiquem outro sentido de culto, - figura 19B - não poderíamos, contudo, simplesmente virar as costas à realidade das tradições religiosas.

     

     

    Pois sabemos que o foco  dos desarranjos emocionais é, justamente, a SAUDADE INAUDITA que o indivíduo sente de seu CRIADOR.

    Como também sabemos que uma parcela dessa mesma saudade, em cada vida encarnada, lhe é mitigada via culto devocional.   Impossível, portanto, ignorar tudo isso, pois faz parte de nossos estudos e pesquisas compreender a origem e destinação do Ser.   E ao fazê-los depara-se com a realidade acima descrita.

    Sim, o foco oculto de todas as insatisfações que se carrega no imo da alma nada mais é que o sentimento de Saudade que se tem do Criador.  Saudade de nossa verdadeira Casa, pois que aqui, no mundo das formas, apesar das seduções, tudo é de uma temporalidade estonteante e desconcertante.  

    Nada é permanente, e isso gera as dores das desilusões. Figura 19C.

     

    Mas nem todas as pessoas sabem disso, ou disso se apercebem e, dessa maneira, seria até um ato de despótica covardia impedir ao “filho” emocionar-se com o culto que lhe mitiga a “saudade”.

    Se há alguma dúvida a respeito, e consoante ao termo saudade que empregamos acima, basta rever a série A Criatura.  Não tem outra significação, também, a parábola do filho pródigo, (Lucas 15:11 e seguintes).  Nessa parábola Jesus conta da unicidade com que o Criador considera a Seus filhos, - toda a humanidade cósmica – e que este filho, - o da parábola - desolado com o mundo, o que vale dizer, desiludido e saudoso, volta à “Casa Paterna”.

    Para trás ficaram os marcos de um tempo em que seus olhos enxergavam apenas a materialidade.  Figura 19C. Depois, percebendo toda essa inconsistência, distingue que um só, e inevitável, destino existe.  Seus olhos, então se voltam para o infinito.   A grande viagem de volta à “Casa Paterna” é a promessa da libertação.

    É este enigmático sentimento que povoa a alma de todos os seres ainda prisioneiros das ilusões, e assim compreendendo não se pode omitir cuidados adequados para com aqueles que, munidos de tanta confiança, procuram o reconforto espiritual nas instituições espiritualistas.

    Ser guia de almas e leva-las ao reencontro de si mesmas não é ser o indiferente mecânico que desmonta e substitui pelas numa máquina.  A mecânica das instituições espiritualistas, se assim podemos chamar, é a do coração, é a da emoção, é a do Amor, com “A” maiúsculo.

    Entretanto, e isso também é de real importância; se não podemos ignorar todos esses fatos subjacentes nos recônditos da alma humana, não se deve, por outro lado, deixar de ministrar-lhes o saber mais elevado e coerente com a realidade cósmica.  Mesmo porque, sem atinar com esse saber, a criatura jamais terá sua “saudade” devidamente mitigada.

    Acrescentando ao alimento espiritual que já estavam acostumadas, deve-se adicionar, em doses graduais e suportáveis, as informações que lhes irá elucidar sobre a vida, concitando-as a se levantarem, como espíritos que são, e darem o sinal de disposição à reconstrução da jornada.

    Para atender a essa particularidade devocional da qual não se pode furtar, e embora comentários semelhantes já foram feitos na série Mediunidade, reprisaremos as informações sobre tais orientações a serem ofertadas à todas aquelas pessoas que, padecendo dessas angústias, venham de buscar amparo nos centros espiritualistas.

    Para isso apresentamos a seguir um exemplo ilustrado.

    A figura 19D está mostrando uma emissão mental. 

    A pessoa, descuidadamente, emite pensamentos de baixa qualidade ética.  Seus pensamentos emitidos a esmo vão de encontro a espíritos que se afinizam e sentem prazer com o teor dos mesmos.

    Propagando-se por todas as direções o pensamento atinge um espírito passante.  Ele capta a radiação e a identifica com algo de sua semelhante preferência.

    Como segundo ato do acontecimento, figura 19E, o espírito atraído se volta, buscando a fonte de origem daquele pensamento.  Localiza-a, aproxima-se, e passa a conviver nas proximidades. 

     

    E o papel se inverte.  A entidade emite sobre o encarnado as suas ondas mentais, de tal forma que ele, o encarnado, possa imaginar que tudo é de seu próprio pensamento.

    Como são ondas mentais nocivas a aura e o duplo-etérico do encarnado começam a ser contaminados.   É esse dano que algum tempo depois causará reflexos no corpo Físico – somatização.

    Doravante a entidade atraída se torna hóspede permanente do encarnado.  Está definido o processo de simbiose, caminhando para o estado de obsessão parasitária.   A entidade, virtualmente sugando-lhe a vitalidade, o leva ao desânimo total.

    A aura – figura 19F – já se encontra em frangalhos.  Perda da alegria e angústias é só o que passa a ter na vida.

     

    Mas as providências Superiores, pelas mãos dos mensageiros de Amor, não desamparam a ninguém e, às vezes, à beira de um colapso emocional, ou prestes a cometer um grave delito contra si mesmo, encontra um amigo que o orienta a ir de encontra aos recursos espiritualizantes.

    Aceita o conselho e vai à procura do local onde anônimas e desinteressadas pessoas se dedicam a essa tarefa de reconstruir almas.

      Ouve-lhes as orientações.  Toma passes.  Sente-se reconfortado, coisa que há muito nem mais sabia o que era.  Volta a ter motivação para a vida.

    “E foi tão fácil obter a cura” – pensa ele, voltando os olhos cobiçosos aos mesmos atos de antes.

    Mas não foi bem assim.  Para atendê-lo moveu-se extensa estrutura assistencial que seus olhos não viram.  Incontáveis recursos, ao Cosmo pertencentes, foram sobre ele empregados.  Ele não sabe disso, mas precisa deles saber para verter em reconhecimento o verdadeiro culto ao Criador.  E respeito aos seus semelhantes.

    Deve-lhe ser instruído que tudo começou num diminuto pensamento onde a tônica era o desrespeito ao próximo.  Concomitante a isso, a duração do restabelecimento alcançado ficará na dependência de como, daqui em diante, ele se comportará frente aos compromissos da vida.

    Deverá ser cientificado que ao mínimo descuido, como ficou visto na apostila 13, as matrizes geradoras dos pensamentos infelizes voltarão a pressionar e a arrasta-lo ao sub-mundo de onde foi recentemente resgatado.

    Dentro dessa lógica, aquele serviço assistencial que aos olhos dos menos entendidos parecia  um culto devocional de apenas mais um tipo de religião, se transforma na mais alta forma de designar respeito e dever para com a vida.

    Nesse ápice do conhecimento, o homem das cavernas começa a compreender o Criador !, e a render-Lhe justo e coerente Culto !

     

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    Bibliografia:

    Ângelo Inácio/Robson Pinheiro – Legião – Casa dos Espíritos Editora

    Arthur E. Powell – O Corpo Mental – páginas 83 e 254 – Editora Pensamento

    Áureo/ Hernani T. Sant’Anna – Universo e Vida – páginas 110 – Federação Espírita Brasileira

    Bob Toben e Fred Allan Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Cultrix

    Edith Fiore – Possessão Espiritual – Editora Pensamento

    Elieser C. Mendes – Psicotranse – Editora Pensamento

    Hermínio Correa de Miranda – A Memória e o Tempo  – Publicações Lachâtre

    Hermínio Correa de Miranda – Alquimia da Mente – Publicações Lachâtre

    Itzhak Bentov – À Espreita do Pêndulo Cósmico – Editora Cultrix

    Ken Wilber – O Espectro da Consciência – Editora Cultrix

    Larry Dossey – Encontro com a Alma – Editora Cultrix

    Lancellin/João Nunes Maia – Iniciação – Viagem Astral – Editora Espírita Cristã Fonte Viva

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Loucura e Obsessão – Federação Espírita Brasileira

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Painéis da Obsessão – Livraria Espírita Alvorada Ltda

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Nas Fronteiras da Loucura – Livraria Espírita Alvorada Ltda

    Miramez/João Nunez Maia – Horizontes da Mente – págs. 14, 22, 23, 28, 31, 45 – Editora  Espírita Cristã Fonte Viva.

    Miramez/João Nunez Maia – Segurança Mediúnica – Editora  Espírita Cristã Fonte Viva.

    Miramez/João Nunez Maia – Médiuns – Editora  Espírita Cristã Fonte Viva.

    Yvonne A. Pereira – Memórias de Um Suicida – Federação Espírita Brasileira

    Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 319 e 320 – Edição do autor.

    Zalmino Zimmermann – Perispírito – Editora Allan Kardec


    Apostila escrita por

    LUIZ ANTONIO BRASIL

    Fevereiro de 1998

    Revisão em Novembro de 2008

    Distribuição gratuita citando a fonte

     

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