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    Reconstrução - Apostila 16

    Reconstrução - Apostila 16

     

       

    DOENÇAS  PSICOSSOMÁTICAS  -  III

     

    A temática sobre doenças psicossomáticas foi interrompida na apostila anterior no estudo da modalidade que denominamos Evolução do Sistema Nervoso.

    Evolução do Sistema Nervoso

    Depois de estoriarmos a intrínseca evolução do psiquismo do indivíduo, que, dentro do esforço pessoal chamamos de desenvolvimento psíquico consciente, informamos que, entretanto, existem pessoas em quem esse desenvolvimento ocorre de forma espontânea.  Quando menos espere o indivíduo se descobre vendo, ou ouvindo, outros níveis de consciência.  

    Foi nesse ponto do estudo que interrompemos o tema.  Com o pé na Terra mas com a “cabeça no espaço”, a pessoa fica toda confusa.  “Estou ficando louca ?!”

    É a pergunta mais comum que se ouve daquelas pessoas vivenciando esse estado psíquico, tendo estampado no rosto o medo que vai dentro de si.  Outras perguntas, incontáveis, pipocam em seus cérebros.  Quase sempre, de início, sem respostas.

    Entretanto, para nós, estudiosos  das  vias ocultas do indivíduo, tudo se resume ao fato da possível dupla vivência a que todos estamos sujeitos.

    Essa ocorrência em suas primeiras emergências, isto é, em suas primeiras manifestações, dado ao inusitado, produz pânico em algumas pessoas por se imaginarem perdendo o controle mental.

    Mas não é bem assim o que está acontecendo.   Uma dos motivos que leva a esse estado, quase sempre foi a vivências dessas experiências em outras vidas. 

    Na figura 16A representamos a causa e o efeito de um tal acontecimento. 

    No quadro A temos o suposto  tipo  de  vida perpassado no campo da magia, na era 500 A.C.  Tudo o que tenha sido vivido ficou gravado – registrado – no porão da consciência.  Não importa em que era tenha sido.  Recente ou extremamente remota.

    Quadro B – Os séculos remontaram séculos e, num dia qualquer deste 2008 A. D. – momento atual – a pessoa começa a sentir  estranhas manifestações em seu interior.  É mais ou menos como se estivesse vestindo uma roupa incômoda e sua vontade é de despi-la. 

    A roupa incômoda é a personalidade de agora, e essa vontade de desfazer-se dela é o impulso do inconsciente – porão da consciência – dominador, a princípio, vindo daquele 500 A.C. Sobejado de atitudes indenes àquele ancestral momento, busca sobressair-se à atual personalidade.

    Essas emergências têm toda uma característica de espontaneidade que surgem provenientes de compromissos assumidos para a encarnação atual. (Ver apostila 35 série Mediunidade).  Compromisso firmado, quando é atingido o momento de sua eclosão nada o impedirá.   Se a pessoa, em questão, à época estiver participando de associações espiritualistas, o transcurso se dará de forma pacífica e compreensiva.   Todavia, considerando que esteja presa a rótulos de preconceitos sociais ou temores religiosos, então sofrerá pesados abalos em seu equilíbrio psíquico.  (Ver apostilas 3, 4 e 5 da série O Inevitável Despertar).

    Em resumo, todo esse desfecho é a evidência da evolução do campo psíquico do indivíduo que, para a vida presente, moldou um mais abrangente sistema nervoso no corpo Físico.   Desta forma, sem a necessidade de nenhum adestramento prévio, nesta vida, o indivíduo desperto no Físico se vê, consciencialmente, conjugado à sua contraparte situada nos demais planos.   Isto é, percebendo coisas do além.   Essa circunstância, como exposto na apostila 37 da série Mediunidade, permite mais fácil acesso ao porão da consciência.

    Não possuindo essa aparente espontaneidade manifestativa significa que, ou o indivíduo não vivenciou dessas experiências em vidas passadas, ou, se as vivenciou, para esta trouxe impedimentos de uso que bloqueiam seus recursos anteriormente desenvolvidos.   Tudo, portanto, consoante com as permissões cármicas.

    Não obstante esses recursos que a pessoa de si possua, e como, de repente, se vê lançada, surpreendentemente, numa outra realidade que lhe foge ao controle, pois naquela “nova” realidade, de início ela é apenas espectadora, tudo a assusta.

    Para os amigos comuns e parentes seus gestos e maneira de falar tornam-se estranhos.  Suas reações denotam insegurança.  Ela vive como se quisesse fugir de tudo e de todos.   Os conflitos se agravam e a família, desavisada, só encontra um recurso: psiquiatria.

    Neste ponto dos acontecimentos, como já falamos na apostila 33 da série Mediunidade, começa a via crucis do paciente.   Drogas inibidoras, internamentos em clínicas especializadas e, quando não, eletro-choques, pois o confundem com os portadores de demência irreversível.

    A partir daí, sim, como ficou comentado na apostila 15, o quadro do distúrbio poderá se tornar, de fato, irreversível.   Era uma pessoa normal que, sem o saber, apenas tinha contato – registrava – outras realidades.  Outras realidades tão reais quanto a nossa própria realidade.  Melhor dizendo, outros níveis de consciência, pois, no mais profundo do conceito metafísico, a REALIDADE é UMA SÓ.  Variam os níveis de percepção consciencial dessa única realidade, mas não ela.

    Como é isso ?  Expliquemos:  existe a percepção consciencial via corpo Físico, que podemos chamar de realidade 1-A;  a percepção consciencial via corpo Astral, que denominaremos de realidade 1-B; idem via corpo Mental que seria a realidade 1-C, e assim sucessivamente.  Entretanto, sempre a mesma e única realidade.

    Nesta figura 16B procuramos dar uma visão do que se possa chamar de múltiplas realidades individuais.  Individuais no sentido de que, em estados normais de consciência, nossos sentidos de percepção não conseguem abarcar, de uma só vez, a Realidade Total, e Una.  Isto é, abarcar o conjunto de todas as realidade individuais.

    No quadro A estão figuradas três realidades, ou níveis existenciais:  Físico, Astral e Mental.  Como vemos nesse quadro, os três níveis existenciais subsistem individualmente, porém, sem estarem isolados uns dos outros.  Coexistem interpenetrados. (Apostila 9 da série A Criatura).

    No quadro B figuramos o conjunto dos três níveis existenciais envoltos pela Realidade Única, e componentes que são desta.

    O quadro B também nos demonstra que cada nível existencial pode ser comparado a células formativas de um órgão.  E que a Realidade Única é o organismo total. 

    Voltando ao nosso assustado passageiro cósmico, ele apenas, dizíamos, se encontra diante de um amontoado de visões e sons ainda incompreensíveis para ele, o que não é nada demais e de princípio não possui gravidade alguma.  Porém, depois dos tratamentos com drogas inibidoras e dos internamentos indiscriminados, aí sim, possivelmente estará irremediavelmente danificado para um viver equilibrado e cheio de auto-confiança.

    Com a figura 16C tentaremos dar uma idéia do que transcorre com uma pessoa passando por estes estados incomuns de percepção consciencial.  Nessa situação, seja por circunstância espontânea ou por desenvolvimento consciente, a onda mental ao se propagar

    – quadro A – poderá encontrar outra de igual freqüência.  Por serem de igual freqüência se harmonizam.  Isto é, entram em ressonância. (Ver apostila 32 da série Mediunidade).

    Em vista disso

    – quadro B – a onda mental da outra dimensão encontra na mente do indivíduo físico o receptor onde depositar suas impressões.  O circuito se estabelece.  A pessoa passa, como ficou citado acima, a sentir, também, outro nível existencial da Realidade Total. Para ela, a sensação é de que está se dissociando.  Desdobrando-se em outras personalidades, o que não deixa de ser desconfortável e causar desconfianças.

    Terapêutica

    Primeiro, considerar que esta modalidade que chamamos de Evolução do Sistema Nervoso não é uma doença.   Portanto, não deveria estar inserida dentro desse tópico.   O fizemos, porém, para facilitar o estudo.   Logo, seu tratamento deve ser direcionado com outra visão.

    Para estes casos o passe, ou transfusão de energias, tem efeito reparador.

    1 – ação sedativa.  Acalma sem causar os danos que os sedativos químicos provocam;

    2 – ação reestruturadora.  Reestrutura o campo eletro magnético da aura, induzindo na psicosfera do paciente uma suavidade nas linhas de irradiação.

    3 – ação vitalizante.  Realimenta o duplo-etérico que, uma vez estando energizado – a pessoa está desgastada devido os conflitos que vive – revitaliza o corpo Físico.

    As sessões de passe devem se prolongar por um tempo até que a pessoa demonstre melhoras, mas, conjuntamente, instruí-la sobre as peculiaridades do mecanismo daquele fenômeno que ela vive, pois a melhor forma de tratamento é o paciente entender o que lhe está acontecendo.

    O esclarecimento, naturalmente, não será do mesmo teor daquele empregado nos tratamentos de desobsessão.   Será mais de conteúdo científico e ético-cósmico.  Deverá, também, comparecer a reuniões de estudos e naquelas em que se fazem treinamentos mediúnicos, onde aprenderá a controlar as reações.

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    De tudo que aqui foi comentado duas evidências se manifestam, convocando à reflexão.

    1 – Todas as três modalidades que intitulamos de doenças psicossomáticas são de difícil identificação quanto a sua origem.

    2 – Por isso, muito amor e cuidado com a assistência dispensada ao paciente.

    Para complementar esta análise citaremos, a seguir, trecho do livro Psicossíntese de autoria de Roberto Assagioli.  O ilustre autor demonstra que as pessoas vivendo o processo de desenvolvimento acelerado do sistema nervoso merecem acurados cuidados, e não simplesmente aqueles dispensados nos internamentos indiscriminados.

    “O desenvolvimento espiritual do homem é uma jornada longa e árdua, uma aventura por terras estranhas, cheias de surpresas, dificuldades e, até mesmo, perigos.  Ela envolve uma drástica transmutação dos elementos ‘normais’ da personalidade, um despertar de potencialidades até então adormecidas, uma ascensão da consciência até novos domínios (...)”

     

    “Portanto, não deveríamos nos surpreender ao descobrir que uma mudança tão grande, uma transformação tão fundamental, seja marcada por diversos estados críticos, que, não raro, são acompanhados por vários distúrbios nervosos, emocionais e mentais.” (Grifo nosso)

    “A incidência de perturbações de origem espiritual está aumentando rapidamente em nossos dias, seguindo o passo do crescente número de pessoas que, consciente ou inconscientemente, estão tateando seu caminho em direção a uma vida mais plena.  Além disso, o intensificado desenvolvimento e a complexidade da personalidade do homem moderno, assim como sua mente mais crítica, fizeram do desenvolvimento espiritual um processo mais difícil e complicado.”

    Se não soubéssemos que Assagioli foi médico e psiquiatra, diríamos que por sua linguagem havia sido, tão só, espiritualista.  Todavia, no meio científico, embora poucos, existem aqueles vanguardeiros que não temem a crítica acadêmica e, portanto, não mascaram a verdade com os rebuscados teóricos.

    Vemos, então, no trecho acima compilado uma inconteste verdade, uma irrefutável realidade daquilo que se transcorre no âmago do Ser quando está vivenciando esse processo transformativo.

    Corroborando nessa linha de pensamento extraímos da introdução do livro A Tempestuosa Busca do Ser, autoria de Stanislav Grof e Christina Grof, editado pela Editora Cultrix, a seguinte informação:

    “O desenvolvimento espiritual é uma capacidade evolutiva inata a todos os seres humanos. É um movimento rumo à integridade, à descoberta do verdadeiro potencial individual. E isso é tão comum e natural quanto o nascimento, o crescimento físico e a morte — uma parte integral da nossa existência.”

     

    Atestando essa certeza, vejamos em Manoel Philomeno de Miranda que assim diz em seu livro Painéis da Obsessão, psicografia de Divaldo Pereira Franco:

    “Como sabemos que todos os males que atingem o corpo procedem do Espírito, aqui inspiramos os colegas encarnados a receitarem menos drogas, evitando-se intoxicações orgânicas, para melhor reequilibrarmos o psiquismo dos nossos clientes (...)”  (Grifo nosso) (página 217)

    É muito difícil o relacionamento intermundos constituídos por vibrações de diverso teor, quais o da matéria carnal e o do espírito desencarnado.  Transitar entre estes dois estados de percepção consciente, torna-se um severo desafio para as criaturas, particularmente aquelas que são portadoras de faculdade mediúnica.)” (Página 262)

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    Ficam, acima, as citações dos três autores.  Elas convocam a uma reflexão profunda.  Essa a responsabilidade: compreender e atender.

     

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    Bibliografia:

     

    Áureo; Hernani T. Sant’Anna – Universo e Vida – páginas 110 – Federação Espírita Brasileira

    Bob Toben e Fred Allan Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Cultrix

    Edith Fiore – Possessão Espiritual – Editora Pensamento

    Elieser C. Mendes – Psicotranse – Editora Pensamento

    Hermínio Correa de Miranda – A Memória e o Tempo  – Publicações Lachâtre

    Hermínio Correa de Miranda – Alquimia da Mente – Publicações Lachâtre

    Itzhak Bentov – À Espreita do Pêndulo Cósmico – Editora Cultrix

    Ken Wilber – O Espectro da Consciência – Editora Cultrix

    Larry Dossey – Encontro com a Alma – Editora Cultrix

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Loucura e Obsessão – Federação Espírita Brasileira

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Painéis da Obsessão – Livraria Espírita Alvorada Ltda

    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Nas Fronteiras da Loucura – Livraria Espírita Alvorada Ltda

    Miramez/João Nunez Maia – Horizontes da Mente – págs. 14, 22, 23, 28, 31, 45 – Editora  Espírita Cristã Fonte Viva.

    Stanislav Grof e Christina Grof – Emergência Espiritual – Editora Cultrix

    Stanislav Grof – A Mente Holotrópica – Rocco Editora

    Stanislav Grof e Christina Grof – A Tempestuosa Busca do Ser – Editora Cultrix

    Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 118, 188 e 403 – Edição do autor.

    Zalmino Zimmermann – Perispírito – Editora Allan Kardec

    Apostila escrita por

    LUIZ ANTONIO BRASIL

    Janeiro de 1998

    Revisão em Novembro de 2008

    Distribuição gratuita citando a fonte

     

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