A Doença que Cura
Comportamento
Doenças sinalizam o desequilíbrio da alma...
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Algumas pessoas oram a Deus pedindo a cura de uma pessoa que está doente, ou oram pedindo a própria cura.
Elas frequentam locais que realizam tratamentos, cirurgias e curas espirituais.
Pedem milagres aos santos e algumas chegam a fazer promessas para se verem livres de alguma enfermidade.
A maioria não é propensa a aceitar a doença física e passa a desejar rapidamente que venha a cura.
O ser humano faz isso no intuito de evitar sua dor, seu desconforto, as limitações que as doenças podem trazer e, claro, evitar a morte.
O que as pessoas precisam compreender, entretanto, é um princípio simples da espiritualidade que diz assim:
“Toda a doença do corpo vem com o objetivo da cura de nossa alma”.
Esse princípio não é muito bem compreendido e nem mesmo aceito pela maioria.
Ele implica em dizer que as patologias que se abatem sobre os seres humanos não ocorrem de forma arbitrária e acidental, mas tem uma finalidade bem específica: a doença exterior pode curar os males interiores.
O que na prática isso significa?
Vamos dar o exemplo do homem que exagera em sua alimentação desregrada.
Ele come toda sorte de alimentos tóxicos e não liga minimamente para isso.
Sua opulência alimentar tem como objetivo faze-lo usufruir dos prazeres da comida.
Ele gosta de sentir os sabores e está bastante apegado ao prazer do gosto.
Como diz a frase, ele não come para viver, mas vive para comer.
Burlou a ordem das coisas e passou a viver apenas para se alimentar.
Sua principal atividade do dia é comer um copioso churrasco, ou um doce bastante açucarado.
A sabedoria da vida pode, nesse momento, incutir-lhe uma doença no sistema digestivo a fim de obriga-lo a manter uma dieta rígida.
Dessa forma, ele tem a oportunidade de se libertar do apego à comida.
Muitas pessoas descontam suas frustrações e carências na alimentação desequilibrada.
Comem para preencher o vazio que existe em seu interior.
A provação da doença pode obrigar essas pessoas ao desapego e a viverem mais em harmonia consigo mesmas.
No momento em que elas param de usar a comida como subterfúgio psicológico, elas ficam com suas carências mais afloradas, e dessa forma, são forçadas a enxergarem a si mesmas e tomarem certas providências para se curarem interiormente.
Outro exemplo interessante que podemos citar da cura interior que vem com a doença é do workaholic, o ser humano que trabalha demasiadamente por medo de ficar sem dinheiro, ou pelo desejo de querer possuir e conquistar.
Mais uma vez a sabedoria da vida pode ajuda-lo a se libertar desse desejo de posse ou desse medo da perda por intermédio de uma enfermidade orgânica.
Vamos supor que esse homem adquira uma doença grave que o incapacite de trabalhar.
Ele deverá ficar em casa e não poderá mais ir ao trabalho.
Por isso, não poderá mais atender seus clientes e, pela força dos acontecimentos, ele começará a perder dinheiro.
Esse homem fica assim por meses e meses.
Com o tempo a sua reserva financeira vai se extinguindo e ele vê se dissipar toda a ilusória segurança que o dinheiro proporcionava.
A sabedoria da existência universal vai agindo e retirando dele o dinheiro e as posses, para que ele possa gradualmente se libertar do medo de perder e do desejo de tudo conquistar.
Ele começa então a despertar para outras facetas da vida, que tem mais valor do que o dinheiro.
Ele passa a ter uma visão mais desprendida, mais livre, mais espiritual e inicia uma jornada interior.
Pode começar, por exemplo, a fazer cursos de autoconhecimento, a valorizar as coisas simples da vida, a não se preocupar com as miudezas efêmeras da vida humana, etc.
Ele torna-se também mais humilde e mais espontâneo.
A doença que antes era vista como um desastre em sua vida, como algo terrível, passa a ter outro significado.
É justamente a enfermidade que vem desencadear seu processo de cura interior.
Ou, como diz a máxima espiritualista, a doença exterior nos impulsiona para a cura interior.
Há muitos outros exemplos que poderiam ser citados, como por exemplo da mulher que anseia muito pela sua independência e seu o poder.
Nesse momento vem uma doença e lhe mostra a sua fragilidade humana, seus limites, suas mazelas, suas imperfeições, algo que ela nunca quis aceitar.
Isso a obriga a olhar para si mesma com outro entendimento e tentar lapidar seu íntimo aceitando que não detém o poder total, a capacidade total, o conhecimento total e passa a se libertar de uma patologia interior chamada prepotência.
Outro exemplo é o do homem que é muito apegado ao seu corpo físico; fixado em sua beleza corporal e em seus músculos.
Ele adquire uma doença que começa a atrofiar seu organismo e o obriga a ter uma outra visão de si mesmo.
Nesse momento, ele pode começar a buscar uma vida mais real, com mais amor, mais compaixão, mais desapego, e deixar de dar destaque em sua vida apenas as formas físicas.
Ele pode passar a ver uma pessoa não pela sua beleza externa, mas pelo que ela expressa em seu íntimo.
Há muitos outros exemplos que poderiam ser citados aqui, mas o importante é todos compreenderem o quanto as enfermidades orgânicas podem ser o caminho para nossa cura interior, para uma purificação de nossa alma.
A alma humana encontra-se demasiadamente intoxicada com os venenos desse mundo.
Por isso, a doença vem como uma limpeza, uma higienização de nossa mente e de nossas emoções.
É como a desintoxicação que se faz através do jejum.
Quando iniciamos o jejum, a tendência é o mal estar, a angústia, dores pelo corpo, etc.
Tudo isso é a sabedoria da natureza iniciando o processo de desintoxicação, que causará desconforto pela eliminação das toxinas, mas depois trará uma pureza orgânica.
É importante mencionar também que não é a doença em si que promove essa depuração, mas sim a forma como cada pessoa muda sua perspectiva durante e depois da doença.
Por isso, não se esqueça dessa máxima.
Ao invés de ficar orando a Deus e pedindo uma cura que não virá, procure desvendar o enigma da doença.
Essa doença veio para me transformar.
Como posso aproveitar as lições que ela veio me transmitir?
Torne-se aberto ao sagrado ensinamento da vida através da doença.
As enfermidades não são desgraças fortuitas e amaldiçoadas que vem para nos destruir…
No plano do espírito, a doença é uma benção que estabelece e sinaliza o caminho a ser percorrido para nossa transformação e para a purificação de nossa alma.
(Hugo Lapa)
Paz e bem a todos
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Neste livro, os autores mostram um caminho para detectar o significado mais profundo das doenças com base na idéia de que todo sintoma é um alerta da alma para uma carência essencial.
A compreensão dos diversos sintomas clínicos abre para cada um de nós um caminho novo que nos leva, de uma forma mais rápida, à conquista do autoconhecimento.
"A Doença como Caminho" destina-se às pessoas que estão preparadas para abandonar as noções tradicionais sobre doenças e buscam mais profundamente a verdadeira natureza das mesmas.