Privações voluntárias. Mortificações
Doutrina Espírita
Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação?
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CAPÍTULO V
DA LEI DE CONSERVAÇÃO
Privações voluntárias. Mortificações
- Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação?
“Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa.” (720)
https://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev15q723c.html
FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV
Questão 723 comentada pelo Espírito Miramez
CAPÍTULO 09
0723/LE
ALIMENTO ANIMAL
Dada a diversidade de opiniões, mesmo entre os adeptos da Doutrina dos Espíritos, vamos transcrever aqui a pergunta e a resposta de "O Livro dos Espíritos", aqui focalizada:
- "A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da natureza?
- Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização."
Cabe ao homem, por lei, respeitar as exigências do próprio organismo, desde quando não entre no excesso, por já passar ao desperdício. Não se pode generalizar certos regimes; eles devem ficar á solta para as consciências escolherem se devem segui-lo.
O Evangelho nos fala que em tudo devemos dar graças, pois que essa é a vontade de Deus em Cristo para com todos nós, mas nem de tudo poderemos usar.
O alimento animal, com o progresso, deverá ceder lugar à alimentação vegetariana.
O homem já está nessa procura.
Se a carne tem proteínas indispensáveis à saúde humana, podemos perguntar: de onde vêm elas?
Será que não podem ser encontradas em outras fontes?
Enquanto se precisa da carne, usando-a com equilíbrio, o "não matarás" vai se elevando no entendimento da sociedade, pelas asas do progresso.
A imposição é contrária à lei de amor.
Isso somente é permitido entre as raças primitivas, onde os encarnados são como crianças que devem ser orientadas e dirigidas, sem que o livre-arbítrio possa se manifestar com mais amplitude.
Se a organização fisiológica de alguém requer carne animal, este pode enfraquecer se não comê-la e não deve deixá-la; mas, se o organismo já rejeita a alimentação animal, para que usá-la?
Tudo no mundo está certo, somente o que não é certo é usarmos o que não nos convém, por tais ou quais circunstâncias.
Vamos anotar o que Marcos ouviu de Jesus, registrado no capítulo sete, versículos dezoito e dezenove:
Então lhes disse: Assim vós também, não entendeis?
Não o compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não lhe entra no coração, mas no ventre e sai para lugar escuso? E assim considerou Ele puro todos os alimentos.
Se Jesus considerou puros todos os alimentos, nós outros é que vamos condená-los? Cada um sabe escolher o que lhe convém comer, principalmente o que já se encontra mais ou menos livre e que conhece um pouco as leis de Deus, as leis naturais.
Não devemos censurar ninguém porque come carne, nem considerar fanáticos os que se abstenham de comê-la.
A vida é plena de tudo, para que a paz possa reinar nos corações, dentro das leis que regulam a liberdade de cada um.
Cabe a todos nós mediarmos sempre e respeitarmos os direitos dos outros, na frequência a sua evolução espiritual.
https://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev15q724c.html
FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV
Questão 724 comentada pelo Espírito Miramez
CAPÍTULO 10
0724/LE
MÉRITO DA ABSTENÇÃO
Toda abstenção que visa ao benefício coletivo é meritória ante a grandeza espiritual da vida, por significar amor.
Mas, quando a abstenção de qualquer coisa somente visa à vaidade, com a intenção de que os homens vejam e aplaudam, é falta grave, por alimentar o orgulho e a satisfação interior com ilusões passageiras.
Quem quiser expiar alguma falta de que a consciência lhe possa acusar, não precisa pressa, porque Deus não a tem.
Basta entregar as mãos ao bem comum, que a bondade divina proverá seus passos do necessário para a leveza do seu fardo.
A limpeza cármica das criaturas somente se faz pela direção divina e na hora em que o mundo espiritual, que responde pelas criaturas, achar conveniente e quando essas almas tenham estrutura para o devido resgate.
No entanto, quando o Espírito em questão desconfia que é devedor e que já tem alguma compreensão sobre seus débitos, deve se entregar ao trabalho da caridade que, na expressão dos Espíritos benfeitores, "é um gênio de mil mãos".
Mas, que se faça tudo por amor e com amor no coração.
Os conselhos que podemos dar aos companheiros da Terra, que se movem em um corpo humano, é que tudo que venham a fazer, mesmo o mais simples trabalho, que o façam perfeito, porque a perfeição carrega consigo a tranquilidade e a harmonia que vibra em favor de quem o faz.
Ainda que esse trabalho seja uma simples higiene corporal, o pregar um botão, o vestir uma roupa ou pentear o cabelo, que não saia das normas da perfeição e da rota da naturalidade.
Devemos copiar a natureza em todos os seus contornos, que sempre acertaremos no que devemos fazer, porque a natureza se expressa pela vontade de Deus.
Jesus sempre falava que somente fazia a vontade de Deus.
Isso é muito profundo e nos serve de exemplo.
João anotou no capítulo sete, versículo dezesseis, o que o Mestre disse com grande propriedade:
Respondeu-lhes Jesus:
O meu ensino não é meu, e, sim, daquele que me enviou.
Tudo vem de Deus, e nada se faz sem a Sua magnânima vontade, e os Espíritos são Seus agentes, canais esses que cumprem fielmente a Sua determinação.
Não queiramos passar por privações voluntárias por conta própria, da maneira que entendemos, onde a vaidade é o móvel e o orgulho espera aplausos.
Se tivermos alguma conta a saldar com a consciência, como todos temos, esperemos em Deus, que Ele sabe o que fazer e dosar os nossos fardos com as nossas possibilidades.
Empreguemos, pois, o nosso tempo disponível no bem comum, no ambiente da fraternidade pura, que o mais virá quando necessário, fazendo a nossa evolução, de modo a despertarmos as qualidades de ouro que Deus depositou em nossos corações.
Abster-se de alimentos com promessas ilusórias, enfraquecendo o organismo que deveria estar forte para o trabalho, é fazer duas dívidas para o futuro.
Quando o Senhor achar conveniente, teremos a oportunidade para os devidos resgates ou privações dolorosas.
Deus, novamente falamos, não tem pressa, mas não pára de operar.
Se quisermos aliviar os fardos e os jugos, comecemos a trabalhar dentro de nós mesmos, aprimorando os nossos dons, disciplinando as nossas qualidades, iluminando os nossos sentimentos porque, nesse esforço, teremos o apoio dos benfeitores da eternidade, a nos ajudar na busca da paz.
BONS PENSAMENTOS, BONS SENTIMENTOS, BOAS PALAVRAS, BOAS AÇÕES!
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