Mediunidade 1 - Apostila 3

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Mediunidade 1 - Apostila 3

 

 

 

DESENVOLVIMENTO, COISA MUITO PESSOAL

(3ª Parte)

Na apostila 02 ficaram descritos os fatos preliminares que envolvem o médium em desenvolvimento de suas faculdades paranormais.  Também incluso estão sugestões para treinamento, recomendações indispensáveis à boa preparação para aquisição de confiança e segurança.

Apesar daquelas informações nos parecerem bem esclarecedoras, tornam-se necessários outros comentários ligados aos mesmos cuidados, considerando-se a relevância das transformações que o despertar dessas faculdades causa nas pessoas.

Para tanto discursaremos sobre peculiaridades intrínsecas à mais profunda intimidade de um médium.

 

1º - Os chamados médiuns, ou sensitivos, não são criaturas especiais vivendo na face da Terra.  São tão comuns quantas quaisquer outras pessoas.

2º - Considerando-se a Lei de Causa e Efeito, o popularmente chamado Carma, verifica-se, na prática, que os médiuns, ao contrário do que se possa pensar, são bem comprometidos com os ditames dos resgates enquadrados em tal diretriz cósmica.

3º - Esses comprometimentos, como é óbvio pensar, vêm de outras existências nas quais passou-se por fracassos  ao exercer o uso da faculdade mediúnica.

4º - Para vencer as inconveniências desses resgates, o indivíduo recebe, novamente, para a atual reencarnação, a faculdade mediúnica.  Isso, porém, não significa proveito próprio.  Significa tarefas a serem cumpridas.

 

Portanto, os médiuns não são seres privilegiados.  São seres comprometidos com tarefas  a  serem  executadas  em  associação com entidades das dimensões espirituais, pois lá também as têm com idênticos comprometimentos para que, num esforço conjunto, acertem suas contas com os ditames do equilíbrio cósmico.  Assim, pois, dos médiuns, muito se espera como único recurso de resgate evolutivo.

Olhando por esse prisma vamos encontrar, mais uma vez, a razão porque tanto se pede disciplina e respeito no trato das associações com as outras dimensões de vida. 

Ao se tratar com um conjunto de médiuns, sem querer desmerecer a ninguém, estamos a tratar com um conjunto de seres que passaram por algum fracasso em vidas anteriores.  Essa circunstância está gravada no inconsciente e, na oportunidade que ocorra um estímulo correspondente, aquela gravação saltará para o consciente e a pessoa, na forma de tendências, se comportará, hoje, igualmente se comportou quando da circunstância originária, na outra vida. 

Para neutralizar as expansões nocivas cujas origens sejam relacionadas ao que acima se comenta, e como forma de corrigi-las, os mestres da espiritualidade recomendam, e a experiência atesta, que a abordagem das questões espiritualistas deva ser baseada em ideais elevados.  Mas não ficam só nisso.  Recomendam, ainda, que a única possibilidade de se materializar na Terra um ideal elevado é partindo do princípio de que tudo deva ser feito com ordem, respeito e solidariedade.

Não obstante a clareza das informações contidas na literatura que trata de tão delicado assunto, podemos, ainda, acrescentar a seguinte digressão.

Somos, de princípio, criaturas cósmicas, filhas de uma planificação que em tudo supera os mais nobres ideais que possam ser formulados pelo homem terrestre.   Dentro  dessa  indescritível planificação constata-se que tudo no cosmo foi criado para se equilibrar num apoio mútuo. 

O exemplo mais marcante disso, aqui na Terra, é que, ao nascermos, aqui aportamos nada trazendo de nosso.  Nascemos nus e indefesos.  E, quando daqui nos vamos, levados pela nave da morte, ou desencarne, também nada levamos. 

 

 

(Um adendo: as expressões “nada trazendo de nosso” e “nada levamos” não toma em consideração a bagagem consciencial, indefectível, de cada ser.  Utilizamos essas expressões apenas para simplificar nosso estudo.) 

 

-  Portanto, a vivência terrestre é tão somente mais um estágio na continuidade da totalitária vivência cósmica.  Por essa razão a vivência terrestre não deve ter, sobre nós, a predominância de algo definitivo e superior a qualquer outro estágio.

Resumindo: todos somos iguais perante a Grande Planificação que nos concedeu a existência.  Dessa indiscutível igualdade conclui-se que nada temos de nosso.  Os chamados bens que fazem parte de nossas particularidades de vida são instrumentos escolares, com os quais estamos cursando mais este período letivo.  Mas não são nossos.  Pertencem, de fato, à Grande Planificação Cósmica.  Só Ela é a legítima proprietária de tudo.  Nós somos só os zeladores.

Moldados neste paradigma nossas atitudes devem ser sempre emolduradas pelo fatos cooperativos.  Isto é, mãos que se dão para a realização de um bem comum à infinidade de seres que deles necessitarem.

E a faculdade paranormal da mediunidade não é exceção nessa regra.  Ela é um instrumental que não é nosso.  Para compreender isso basta lembrar que se o mundo espiritual não quiser se comunicar conosco de nada servirão os dispositivos psíquicos-mentais que nós possuímos.  Sem o comunicador espiritual nossa faculdade ficará inerte, e dela nada se aproveitará.  Portanto, ela só terá utilidade se ocorrer uma associação com o mundo espiritual.

Outrossim, dissemos na apostila 02 que o despertar da faculdade canalizadora é uma porta aberta, principalmente com o sub-plano 3-G do plano Astral.  Isso significa que, queiramos ou não, nossos dispositivos psíquicos-mentais serão utilizados, pois  é  intensa  a interação entre aquele sub-plano e a crosta terrestre.

Exatamente por isso se fazem necessárias as instruções contidas nas apostilas anteriores, e as que estão acima.  Sem falsa modéstia, podemos dizer que essas instruções valorizam o uso da faculdade mediúnica, pois a enquadram dentro dos princípios ideados pela Grande Planificação Cósmica.

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Mas já que fizemos citação sobre a interação, principalmente do plano Astral, sobre nós viventes da crosta planetária, falemos um pouco mais sobre esse tema.

Reportando-nos à apostila 02, lembramos a figura ali inserida, na qual demonstramos os outros planos existenciais além do Físico.  Aquela figura nos serve para demonstrar que no cosmo nada subsiste isoladamente.  Não é por estarmos no plano Físico, terrestre e muitas entidades no plano Astral que nós, os de cá, estejamos isolados deles, os de lá.   A diferença vibracional das dimensões isola-nos visualmente, mas não psiquicamente, como teremos oportunidade de demonstrar ao longo destas nossas apostilas.

Sendo assim, por não estarmos isolados psiquicamente, entende-se que nossas mentes estão sujeitas a receberem influenciação das demais dimensões.  E isso é mais freqüente do que se possa supor.  Muito do que fazemos, durante um dia de existência, é feito sob inspiração, ou influência, de alguma inteligência aportada no mundo espiritual, sem que disso nos apercebamos.

Quem, de nós, na vida, ainda não passou por aquele momento de insight, quando, envoltos por problemas a resolver, de repente damos com a solução inteiramente pronta à nossa frente ?

Esse fato que reputamos por banal é, contudo, parte da fenomenologia das influências psíquicas que tanto podem ser benéficas quanto maléficas.

Essas influências formam o verdadeiro mundo das idéias que, por falar nisso, nos remete ao fenômeno da ideoplastia que, também, fará parte de considerações mais detalhadas ao longo destas apostilas.  Aqui, porém, cabe lembrar que são dessas associações de idéias que vem o progresso do mundo, quanto, também, às vezes, fazem ocorrer catástrofes do homem destruindo o homem. 

Na versão de um dos grandes mestres Teosóficos, Charles Leadbeater, ensina-nos ele que quanto ao mundo das idéias o plano Mental, em relação ao plano Físico, pode ser qualificado de “O Museu do Futuro”, e diz por quê:  é que as coisas que advirão ao nosso futuro terrestre já são presentes no plano Mental.  Explicando melhor:  as grandes invenções que só agora acontecem na atualidade da Terra, e que nos causam tanta admiração,  são coisas do cotidiano naquelas paragens dos níveis superiores desde há muito tempo.  Nisso resume-se a influenciação psíquica que atinge a todas as pessoas.  Para nós são idéias a realizar, que,  entretanto,  já são realidade concreta noutras paragens.  (Revejam apostila 23 da série A Criatura).

Quando as ideoplastias são oriundas de Espíritos Superiores temos na Terra as belezas das artes, tais como pintura, escultura, música, ou a amenização dos sofrimentos através de descobertas científicas e atos de solidariedade, ou o alto interesse religioso, independentemente de denominação religiosa.  Mas quando as ideoplastias vêm dos submundos, ou dos espíritos atormentados, a Terra se depara com as grandes destruições, às vezes mascaradas de supostos benefícios para a humanidade, quando, na verdade, são criações para mais escravizar o homem pelo homem.

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Diante do que acima expusemos não nos parece ter sido excessivo o empenho de renovar os comentários apresentados.  Afinal, a pretensão dessas apostilas não é apenas a de dar visão intelectual ao tema, mas, e principalmente, expandir a ótica de origem e destinação do nosso EU verdadeiro.  Uma complementação do que foi abordado na série A Criatura.

Empenhados na expansão dessa ótica encarnam-se espíritos profundamente conhecedores dessas regras cósmicas, pois já passaram por experiências existenciais em planetas, em tudo, superiores às regras da sociedade da Terra.  Eles nos trazem os benefícios de suas presenças físicas no planeta transmitindo-nos seus  conhecimentos  e,  arrastando-nos para suas proximidades, elevam os de boa vontade na escala evolutiva universal.  Outros, de igual capacidade, sem porém encarnarem, estabelecem suas bases de ação nas dimensões extra-físicas da Terra e de lá, através de seus médiuns aqui encarnados, transferem o saber.  Esta é a sublime marcha da influenciação psíquica mais comumente chamada de paranormalidade mediúnica.

Se esses seres, de grande hierarquia, por algumas escolas chamados de Avatares, ou Arquétipos, que em outra linguagem espiritualista são denominados de Orixás, se dispõem a estar conosco, como meta prioritária de nossa evolução, devemos, por nossa parte, nos dispor a estar com eles.  Para se conseguir essa integração o mínimo que nos pedem é o que acima se comentou.  Ou seja, Ideais elevados e espírito de solidariedade. 

Uma vez isso estabelecido tudo se transforma dentro do Ser e a visão de mundo será outra, porque com o pensamento envolto pelas forças mentais dessas nobres criaturas este mesmo Ser começará a plasmar outros cenários no ambiente ao seu redor.  A isso se pode chamar de encadeamento das influenciações criativas.

Considerando tudo o que nestas três primeiras apostilas foi tratado, salta-nos uma palavra: Responsabilidade.  Responsabilidade para conosco, para com nosso ambiente e para com a vida como um todo.  E tratando-se de treinamento mediúnico, cumpre respeitar uma disciplina ética para que desde os primeiros dias desse treinamento tudo seja feito com seriedade.

 

Bibliografia

Autor (s)

Título

Editora

Allan Kardec

O Livro dos Médiuns

Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco C.Xavier

Nos Domínios da Mediunidade

Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco C.Xavier

Mecanismos da Mediunidade

Federação Espírita Brasileira

Emmanuel/Francisco C.Xavier

Emmanuel

Federação Espírita Brasileira

Edgard Armond

Mediunidade

Editora Aliança

Léon Denis

No Invisível

Federação Espírita Brasileira

Miramez/João Nunes Maia

Segurança Mediúnica

Editora Espírita Cristã Fonte Viva

Annie Besant

Annie Besant

Editora Pensamento

Annie Besant

A vida do homem em três mundos

Editora Pensamento

Arthur E. Powell

O Duplo Etérico

Editora Pensamento

Arthur E. Powell

O Corpo Astral

Editora Pensamento

Arthur E. Powell

O Corpo Mental

Editora Pensamento

Arthur E. Powell

O Corpo Causal e o Ego

Editora Pensamento

Joana de Angelis/Divaldo P. Franco

O Homem Integral

Livraria Espírita Alvorada Editora

 

Apostila escrita por

LUIZ ANTONIO BRASIL

Janeiro de 1995

Revisão em Outubro de 2005

Distribuição gratuita citando a fonte

 

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