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Não Matarás - 550

Não Matarás... a quem?
Comportamento

 

Enquanto a Bíblia – em muitas partes – parece respaldar o consumo de carne, tais passagens não devem ser tomadas fora de contexto.

Ao invés de utilizar o recurso de emergência de Noé (depois do dilúvio, no qual toda a vegetação foi arrasada) tal como se afirma em Gênesis 9:3, uma dieta mais apropriada é a original, que foi enunciada pelo Senhor em Gênesis 1:29:

“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.”



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Logo Deus indica – no verso seguinte – que esta dieta é “boa”, enquanto a outra à qual fez referência (a que contém carne) foi permitida “simplesmente para satisfazer a luxúria”.

 

Isso está muito claro, porém, novamente, tudo deve ser estudado dentro do contexto.

 

O exemplo das codornizes que Deus significativamente, enviou para os filhos de Israel depois que “se cansaram” de sua mana (Números 11:31) é um dos principais exemplos do fato de citar fora do contexto. Apesar dos versos 31 e 32 descreverem as codornizes e o banquete subsequente, o verso 33 deve ser lido para reforçar o pleno impacto dessa passagem:

 

“Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do SENHOR contra o povo, e feriu o SENHOR o povo com uma praga mui grande.”

Deus não estava contente com o fato de que o povo comesse carne.

Isso também se torna claro quando estudamos a história dos princípios da igreja, uma época na qual os padres fundadores desta haviam aderido ao ideal vegetariano. Você pode estudar suas vidas: Tertuliano, Orígenes, São João Crisóstomo.

A lista segue e segue.

 

Fazendo um parêntese, o fato de que estes padres pioneiros da igreja foram vegetarianos reconhecidos constitui uma evidência importantíssima do que poderíamos ter lido na Bíblia antes dela ser moldada pelos vários Concílios Ecumênicos.

 

Não foi até a época do imperador Constantino (séc. IV) que os cristãos vegetarianos tiveram de começar a se esconder, pelo fato de que Constantino era um comedor de carne. Ele era também um maníaco e os livros de históricos da igreja abundam em histórias sobre como encher de chumbo derretido as gargantas dos cristãos vegetarianos, devido à dieta que seguiam. Incidentalmente, ele também matou sua esposa jogando-a em uma tina de água fervente.

 

O conhecimento das escrituras é simples para aquele que é simples, mas difícil para aquele que está desviado.

A Bíblia diz claramente “Não matarás” (Êxodo 20:13). Não poderia ser dito de forma mais simples.

 

O termo exato em hebreu é “lo tirzach”, que, de forma precisa, se traduz “Não matarás”.

 

Um dos maiores eruditos de linguística Hebreu/Inglês (do século XX) Reuben Alcalav – escreveu em seu gigantesco livro “O dicionário Completo Hebreu/Inglês” que “tirtzach” se refere a qualquer tipo de matança.


A palavra “lo”, como podem suspeitar, significa “não deves”. Não mate! Afinal, a Bíblia é muito clara neste ponto.

 

Aqui podemos fazer uma comparação com a literatura Védica, que também é clara neste aspecto.

 

De fato, os Vedas levam este ponto mais além do vegetarianismo, devido ao fato de também existir uma reação pecaminosa por matar vegetais.

 

ortanto, os Vedas prescrevem uma dieta lactovegetariana – que seria a menos danosa aos seres vivos – e um processo especial para liberar a pessoa das mínimas reações pecaminosas que possam surgir de matar as plantas.

 

O processo se explica de forma básica no texto do Bhagavad-gita, e é mais elaborado no Srimad Bhagavatam. Depois de aplicar o processo – que se baseia no canto do Santo Nome do Senhor com amor e devoção – os alimentos recebem o nome de prasadam, uma palavra sânscrita que significa “a misericórdia do Senhor”.



Jesus: exemplo da misericórdia com os animais.

 

Muitos leitores da Bíblia, obviamente influenciados em suas opiniões por hábitos pessoais, insistem na teoria de que Cristo teria comido carne animal. A persistência em preconceitos utilizados para sustentar uma tradição existente tem sido uma característica humana por muitos séculos, mas a verdade não pode ser oculta para sempre.

O respeitado erudito da Bíblia, reverendo V. A. Holmes-Gore investigou o uso frequente da palavra “carne” dos Evangelhos do Novo Testamento. Ele rastreou seu significado até o grego original. Suas descobertas foram inicialmente publicadas em “Fórum Mundial” no outono de 1947. Revelam que as 19 referências à carne nos Evangelhos deveriam ter sido, de forma precisa, traduzidas das seguintes formas:

A seguir são citadas uma série de palavras gregas com seus correspondentes significados:

Broma: “alimento”; Brosis: “o ato de comer”; Brosimos: “aquilo que pode ser comido”; Trophe: “sustento, nutrição”; Prosphagon: “algo que comer”.

Portanto, a Versão Autorizada de João 21:5, que aparece muitas vezes como “Tendes algo de carne?” é incorreta. Deveria ter sido escrita: “Tendes algo de comer?”, como de fato aparece em algumas versões atualizadas da Bíblia.

“Peixe” é outra palavra mal traduzida com frequência na Bíblia. Este termo é frequentemente referido não à forma vivente que nada, mas sim ao símbolo com o qual os primeiros cristãos podiam se identificar entre si. Era um símbolo secreto, necessário em tempos de perseguição, anterior à aceitação oficial do cristianismo como uma religião do estado.

O símbolo do peixe era um símbolo místico e uma senha na conversa, derivada da palavra grega peixe “ichtus”. Como tal, representava um acróstico, composto de letras iniciais da frase grega “Iesus Cristos Theo Uios Soler” – “Jesus Cristo Filho de Deus, Salvador”.

Frequentemente, referências ao peixe tinham a intenção de ser simbólicas do Cristo, não tendo nada a ver com o ato de comer um peixe morto. Mas o símbolo do peixe não contou com a aprovação Romana. Eles preferiram o símbolo da cruz, escolhendo centrar sua atenção na morte de Cristo, ao invés de focar em sua brilhante existência.

Talvez esta seja uma das razões pelas quais somente uns 10% da vida de Jesus aparecem nas escrituras canônicas.

A maior parte de seus primeiros trinta anos é omitida. Quantos adoradores voltam da igreja a seus lares e se sentam ante um cadáver cortado de um inocente animal, a despeito dos mesmos mandamentos que há um momento estavam repetindo e prometendo?

Os seguintes versos deveriam esclarecer qualquer mal-entendido que o leitor ainda possa ter com respeito a esse assunto.



A Carne no Antigo Testamento

 

“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.”
Gênesis 1:29

 

Mostra que a verdadeira dieta do homem é vegetariana.

“A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.”

Gênesis 9:4-5

Mostra que não é permitido ao homem comer carne, e se ele o faz, pagará com sua própria vida. E será morto por aquele a quem matou. Isso, na tradição védica, é denominado karma, e podemos observar aqui como tal conceito se manifesta também na Bíblia.

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. (…) Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.”
Isaías 1:11,15

Mostra que Deus não aceita nem as orações de um comedor de carne.

“Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem”
Isaías 66:3

 

Mostra que a matança de vacas se iguala ao homicídio.

“Estatuto perpétuo é pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações: nenhuma gordura nem sangue algum comereis.”
Levítico 3:17

Este mandamento tem seu truque: Não se pode comer carne e não comer sangue. Essa é a origem da ideia da comida Kosher (carne à qual se tenha escorrido o sangue). Isso é comparado a evacuar sem derramar nem uma gota de urina. Impossível!

“E qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei a minha face, e a extirparei do seu povo.”
Levítico 17:10

 

Note o termo “algum sangue”. Toda carne contém sangue.

”O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas criaturas.”
Salmos 145:9

“O justo olha pela vida dos seus animais.”
Provérbios 12:10

“Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.”
Oséias 6:6

“Se vires deitado debaixo da sua carga o jumento daquele que te odeia, não passarás adiante; certamente o ajudarás a levantá-lo.”
Êxodo 23:5

“Se vires o jumento ou o boi de teu irmão caídos no caminho, não te desviarás deles; sem falta o ajudarás a levantá-los.”
Deuteronômio 22:4

“Melhor é a comida de hortaliça, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio.”
Provérbios 15 : 17



A Carne e o Novo Testamento

 

Esta seção mostra como certas palavras foram traduzidas erroneamente na versão King James da Bíblia. As traduções corretas são obtidas do Dicionário Interlinear do Novo Testamento Grego/Inglês de Nestle Aland, que também apresenta referências à versão King James.

“E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.”
Mateus 3:4

A palavra usada aqui é trophe, sustento. Também note que a palavra gafanhoto (locust, em inglês) se refere a “locust beans”, ou seja, alfarrobas – vagens semelhantes aos feijões, que são comestíveis. A árvore de alfarroba é da família das leguminosas e ocorre naturalmente na região do Oriente Médio.

“E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer.”
Lucas 8:55

A tradução acima está correta, pois a palavra usada aqui é phago: comer. Em algumas traduções aparece a palavra “carne” ao invés de “comer”.

“E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer?
Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel;
O que ele tomou, e comeu diante deles.”

Lucas 24:41-43

A palavra usada aqui é “brosimos”, comestível, e foi corretamente traduzida na versão acima, porém, aparece como carne em algumas traduções. É importante atentar para a última frase: “o que ele comeu…”, ou seja, foram oferecidos a Jesus o peixe e o favo de mel, e ele escolheu comer o mel. Podemos relembrar aqui o verso de Isaías 7:15, que confirma tal escolha de Jesus:

“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.
Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem.”

Isaías 7:14-15

Em muitas traduções da Bíblia para o português, o verso acima de Lucas é apresentado sem a citação do favo de mel, ou seja, como se houvesse sido oferecido a Jesus apenas o peixe.

“Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.”
João 4:8

Este é outro verso que, em algumas traduções aparece a palavra “carne” ao invés de “comida”. Comida é o mais correto, pois no original a palavra grega utilizada é trophe – sustento.

“E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco.”
Atos 9:19

Aqui também, em algumas traduções, aparece “E, tendo recebido carne…”. A palavra utilizada aqui no original em grego é trophe: sustento. Portanto, a tradução acima está correta, e não aquelas que dizem que ele comeu carne.

“E, entretanto que o dia vinha, Paulo exortava a todos a que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que esperais, e permaneceis sem comer, não havendo provado nada.
Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós.
E, havendo dito isto, tomando o pão, deu graças a Deus na presença de todos; e, partindo-o, começou a comer.
E, tendo já todos bom ânimo, puseram-se também a comer.”

Atos 27:33-36

Esse é outro trecho que, em algumas traduções (principalmente nas traduções para o espanhol), aparece a palavra “carne” ao invés de “comer”. Como a palavra usada aqui no original em grego é trophe Emoticon smile sustento), a tradução acima está correta, pois não fala de carne, mas sim, de pão.

“E, levando-os à sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa.”
Atos 16:34

Este verso também, em algumas versões, traduz “mesa”, no original em grego “trapesa” Emoticon smile mesa), como se fosse carne, o que seria uma mentira.

“Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu.”
Romanos 14:15

A palavra usada aqui é “broma” (=comida ou alimento), traduzida corretamente no verso acima. Pode ser considerada uma referência indireta ao vegetarianismo também, já que o ato de comer carne entristece muitos de nossos irmãos, em especial os animais.

“Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.”
1 Coríntios 8:13

Aqui carne é a palavra mesmo, no grego do texto original da Bíblia “kreas”(= carne). Mais uma citação mostrando como a carne é indesejada para Deus.

“Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo.
Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.”

Romanos 14:20-21

Um verso muito bom. Está claro neste trecho que a instrução da Bíblia é: comer carne não é bom.

Outras fontes:


Os vapores das comidas com carne obscurecem o espírito. Dificilmente pode-se ter virtude se se desfruta de comidas e festas em que haja carne. No paraíso terreno não havia vinho, nem sacrifício de animais e tampouco se comia carne.”
(São Basílio)

”Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem. Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida.”
(São Francisco de Assis)

“1. E vieram alguns dos seus discípulos e falaram-lhe a respeito de certo egípcio, um filho de Belial, que ensinava ser lícita a tortura de animais, desde que seus sofrimentos trouxessem algum benefício aos homens.

 

2. E Jesus lhes disse: “Na verdade eu vos digo que aqueles que partilham dos benefícios obtidos praticando atos contra uma das criaturas de Deus não podem ser íntegros, nem podem aqueles cujas mãos estejam manchadas de sangue, ou cujas bocas estejam contaminadas pela carne, tocar as coisas santas, ou ensinar os mistérios do reino”.

 

3. “Deus concede os grãos e os frutos da terra para alimento [Gênesis, 1:29] e, para o homem íntegro, não há outro sustento para o corpo que seja lícito”.

 

4. “O ladrão que arromba a casa feita pelo homem é culpado, mas aqueles que arrombam a casa feita por Deus, até mesmo a menor delas, são os maiores pecadores. Portanto, digo a todos os que desejam ser meus discípulos: mantende vossas mãos afastadas do derramamento de sangue, e não permitais que qualquer alimento de carne entre pela vossa boca, pois é Deus justo e magnânimo, tendo ordenado que o homem viva somente de frutas e sementes da terra”.

 

5. “Mas, se qualquer animal sofrer muito, e se a sua vida for-lhe uma miséria, ou se for perigosa, libertai-o então rapidamente de sua vida, com o menor sofrimento possível. Despedi-o em amor e misericórdia, porém não o atormenteis, e Deus, o Pai-Mãe, ser-vos-á misericordioso assim como fostes misericordiosos para com aqueles que foram confiados às vossas mãos”.

6. “E aquilo que fizerdes ao menor destes meus filhos, a mim o fazeis. Pois eu estou neles, e eles em mim. Sim, estou em todas as criaturas, e todas as criaturas estão em mim. Alegro-me em todas as suas alegrias, e aflijo-me em todas as suas tribulações. Portanto, vos digo: sede complacente uns para com os outros e para com todas as criaturas de Deus”…


(O Evangelho dos doze santos, capítulo 38)

 


BONS PENSAMENTOS, BONS SENTIMENTOS, BOAS PALAVRAS, BOAS AÇÕES!

 


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